29/10/2013 - Os pesquisadores do Projeto Tamar querem saber quanto o som produzido pelas pessoas pode afetar os animais marinhos do centro de visitação. ↓
O Tamar levou para o simpósio 'A bioacústica marinha no século XXI - integrando a tecnologia aos estudos de ecologia e conservação', um pôster sobre possíveis impactos dos sons humanos no maior centro de visitantes do Projeto, na Praia do Forte, Mata de São João/BA. O simpósio fez parte do XXIV IBAC - International Bioacustic Congress, realizado em setembro/2013, em Pirenópolis/GO, onde foram apresentados trabalhos sobre os avanços nesta área de estudos nos últimos anos, em países como Brasil, Portugal e Reino Unido.
O evento reuniu cerca de 200 especialistas de 22 países com o objetivo de discutir aspectos de comportamento animal (produção e percepção de sons), uso de novas tecnologias e monitoramento de impactos causados pelo homem em ambientes naturais. O coordenador nacional do Projeto Tamar, oceanógrafo Guy Marcovaldi, explica que esta foi a primeira fase de uma pesquisa que pretende aprofundar as análises e produzir conhecimento nessa área, além de fornecer subsídios para o trabalho de conservação das tartarugas marinhas.
O trabalho com as primeiras observações sistematizadas sobre o tema contou com a colaboração de Marcovaldi e dos biólogos Maria Isabel Gil, do Tamar, e Marco Rossi-Santos, da Tauassu Ambiental. O estudo constatou que os ruídos produzidos por visitação e apresentações musicais não interferem no comportamento rotineiro dos animais nos tanques.
Bióloga Maria Isabel Gil analisa o som propagado dentro d'água
Coleta de dados - Entre novembro/2012 e março/2013, foram realizadas gravações acústicas em três tanques (dentro e fora d'água), observando o comportamento de diferentes espécies. Os dados foram coletados em diversos horários e dias, em momentos de grande fluxo de pessoas, em eventos, em dias mais calmos e considerando a construção de um prédio ao lado do Tamar. Durante a etapa de fundação do edifício, um bate-estacas propagou ruídos pelo solo e afetou negativamente o comportamento de alguns peixes que vivem nos tanques do Centro de Visitantes. Os ruídos gravados em 120 minutos servirão como parâmetros de comparação para análises futuras. A coleta de dados continua e será ainda base para novas descobertas, podendo incluir dados de outros centros de visitação do Tamar no Brasil.
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