04/12/2013 - De 1 de dezembro/2013 a 15 de janeiro/2014, está proibido pescar camarão de Alagoas ao Norte da Bahia. Leia mais. ↓
O defeso de verão do camarão, período em que a pesca de arrasto é proibida, tem duração de 45 dias (de 1 de dezembro a 15 de janeiro), nos estados de Alagoas, Sergipe e norte da Bahia. A medida para proteger as tartarugas marinhas no pico de seu período de reprodução foi adotada nesta região, desde 2004. Contou com a participação das comunidades pesqueiras, do setor produtivo, da Fundação Pró-Tamar e dos órgãos ICMBio, IBAMA e MPA. A união entre as instituições e as comunidades proporcionou grande avanço na conservação das tartarugas marinhas e também de toda biodiversidade marinha, incluindo os camarões.
Tartaruga oliva em perigo - A tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea) é a espécie que tem mais registros de mortalidade nas áreas situadas entre Alagoas e o norte da Bahia. Isto representa uma perda de alto valor biológico, por serem animais adultos e ativos em termos reprodutivos. Estudos com telemetria por satélite e o georreferenciamento dos pontos de pesca de arrasto de camarão, indicaram o uso simultâneo de áreas pelas tartarugas em reprodução e pelas embarcações de arrasto de camarão. Mesmo não sendo intencional, a interação entre tartarugas e a pesca resulta em captura, muitas vezes, fatal.
Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea)
Como explica o coordenador nacional do Tamar, César Coelho, estudos realizados ao longo da implantação do defeso do camarão, no período reprodutivo das taratrugas marinhas, demonstraram que há uma significativa redução das mortalidades durante a paralização das atividades do arrasto de camarão. Quando as atividades reiniciam, há um aumento acentuado na mortalidade das tartarugas.
Desde 1990, o Tamar promove a gestão participativa com pescadores e instituições relacionadas à pesca, para aprimorar medidas e compartilhar ações em defesa das tartarugas marinhas. "Estamos estudando a possibilidade de ampliação do defeso, de um para 6 meses, que permita proteger mais tartarugas durante outros meses de pico reprodutivo. De forma paralela, estamos buscando alternativas que possam amparar as pessoas que dependem economicamente da pescaria de arrasto nessa região", informa Coelho. O apoio e a cobrança da sociedade por instrumentos que garantam a proteção das tartarugas marinhas tem sido fundamental para fortalecer o trabalho do Tamar e de instituições que buscam soluções para problemas que ainda ameaçam a sobrevivência desses animais.
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