18/03/2015 - O evento da WIDECAST contou com a participação de pesquisadores de 27 países. Leia mais. ↓
Após 32 anos, a reunião anual da WIDECAST (Wider Caribbean Sea Turtle Network; em português Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Grande Caribe) voltou a acontecer em Porto Rico, nos dias 5 e 6 de março/2015. A WIDECAST é uma rede de especialistas, pesquisadores, gestores, líderes comunitários e educadores presentes em mais de 40 nações e territórios com um objetivo em comum: a recuperação e a gestão sustentável das tartarugas marinhas. Busca trazer a melhor ciência disponível para o desenvolvimento, atualização e ampliação de legislação e políticas publicas; educação, formação e sensibilização; conservação e proteção; pesquisa in situ e monitoramento das populações de tartarugas marinhas.
Este ano, a reunião contou com a participação de membros de 27 países e aconteceu em Manuabo, o menor município de Porto Rico, território americano localizado no nordeste do Caribe, que possui legislação própria e tem o espanhol como língua materna. A Secretária de Meio Ambiente, Carmen R. Guerrero Pérez, abriu os trabalhos dando as boas-vindas aos participantes em nome do Governo de Porto Rico. Durante dois dias, representantes de cada país apresentaram pesquisas e iniciativas que estão sendo realizadas em suas localidades, um universo bem diversificado de temas como envolvimento comunitário, politicas e legislações referentes a fotopoluição, foto-identificação em tartarugas marinhas, genética, avaliação de riscos relacionados a pesquisa sísmica e ecoturismo.
Participação do Brasil
A coordenadora nacional de conservação e pesquisa do Projeto Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, apresentou um panorama dos 35 anos de conservação e pesquisa das tartarugas marinhas. "As diferentes frentes de atuação que o Tamar hoje desenvolve, todas com o objetivo final de conservação das tartarugas marinhas, são exemplos de práticas possíveis e inspiram outros países a buscarem alternativas sustentáveis para a efetiva proteção desses animais", explica a coordenadora do Tamar. Foi disponibilizado aos participantes um pendrive com todas as publicações do Projeto Tamar, de 1980 a 2014, além de alguns vídeos. Também foram doados produtos artesanais feitos pelas comunidades onde o Tamar atua para compor um leilão que arrecada fundos para particpação de profissionais nesses encontros.
O Brasil ainda levou mais uma apresentação sobre o programa de captura, marcação e recaptura de tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) em Fernando de Noronha-PE. A pesquisa apresentada traz uma das séries históricas mais longas disponíveis para a tartaruga-de-pente em todo o mundo: 25 anos. Mais de 460 tartarugas foram marcadas entre 1987 e 2012, sendo duas recapturadas na Africa (Guiné Equatorial e Gabão) e três na costa do Brasil (Ceará, Rio Grande do Norte e Espírito Santo). A população tem aumentado a uma taxa anual de quase 7% nos últimos anos.
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