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Tartarugas marinhas retornam ao litoral do Brasil para reprodução

13/08/2016 - Como acontece a cada primavera, as tartarugas chegam em setembro para desovar nas praias brasileiras e o Tamar já se prepara para recebê-las. Leia mais. ↓

Tartarugas marinhas retornam ao litoral do Brasil para reprodução

Pesquisadoras coletam dados de tartaruga-oliva após desova

Até março de 2017, as tartarugas marinhas estarão utilizando as areias das praias da Bahia, de Sergipe, do Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro para fazer ninhos e incubar ovos. O Tamar vai monitorar a 36ª temporada de reprodução desses animais ainda ameaçados de extinção no país. O mês de agosto é importante para preparação de materiais e planejamento de estratégias de ação para flagrar fêmeas em ato de postura de ovos, encontrar e marcar os ninhos no local original, observar o comportamento durante a desova, registrar dados morfométricos e coletar material biológico para análises genéticas. Programas permanentes de sensibilização e educação ambiental seguirão informando usuários de praias, moradores, empresários, funcionários de condomínios e hotéis, pescadores e turistas sobre a importância da colaboração de todos para que as tartarugas possam dar continuidade ao seu ciclo de vida.

Orientações gerais para usuários de praias na temporada de desova – 1- Não retire as estacas numeradas do seu local, pois é através delas que a equipe do Tamar consegue identificar os ninhos; 2- Não pise muito próximo ao ninho. A areia pode ser compactada, dificultando a subida dos filhotes à superfície; 3- Ao encontrar uma tartaruga marinha morta ou viva, ou ainda em processo de desova, entre em contato com a equipe do Tamar (informe à recepção de algum estabelecimento comercial ou hotel próximo, ou ligue diretamente para o Tamar mais perto de você – veja lista abaixo* ou clique aqui); 4- Evite andar na praia durante a noite para procurar tartarugas marinhas. As fêmeas se assustam facilmente, podendo parar de desovar e abandonar o ninho quando perturbadas. Não acenda luzes ou chegue perto de uma fêmea durante a desova; 5- Se encontrar filhotinhos perdidos, ajude-os a chegar ao mar.


Tartaruga-cabeçuda desovando.

Conservação e pesquisa – Além do monitoramento e proteção dos ninhos, continuam sendo desenvolvidos vários estudos, dentre eles a continuidade do programa de marcação, captura e recaptura de fêmeas para obtenção de parâmetros populacionais, o monitoramento do perfil térmico das principais praias de desova, o efeito da fotopoluição logo após o nascimento dos filhotes de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) no Rio de Janeiro, o monitoramento via satélite de fêmeas de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) a partir das praias de desova em Sergipe e de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) no Rio Grande do Norte.

Como explica a oceanógrafa do Tamar responsável pelas ações de pesquisa e conservação, Neca Marcovaldi, hoje, 95% dos ninhos são monitorados na praia. Somente aqueles sob risco de fatores naturais, como erosão em função da ação da maré, ou os localizados em áreas urbanizadas, são transferidos para os cercados de incubação expostos às condições climáticas naturais ou para trechos seguros de praia. Os que são transferidos para os cercados têm um papel essencial na educação e na sensibilização da sociedade, pois permitem a milhares de pessoas vivenciar o nascimento das tartaruguinhas e presenciar o caminho até o mar em solturas programadas nas praias. São ações interativas que acabam conquistando novos aliados na defesa das tartarugas marinhas.


Soltura de filhotes

“Mesmo com resultados positivos e números crescentes indicando o início da recuperação de algumas espécies, principalmente da tartaruga-cabeçuda e da tartaruga-oliva, os registros de pescaria de espinhel e arrasto preocupam”, diz Marcovaldi. A captura incidental pela pesca é a maior ameaça da atualidade às tartarugas marinhas, dentre outras em áreas de desova, como o desenvolvimento costeiro e o uso de iluminação inadequados. As tartarugas marinhas que hoje se reproduzem no Brasil precisam prosseguir em um mundo cheio de perigos, e por isso esses animais ainda ameaçados de extinção necessitam do apoio de toda a sociedade para sobreviver.

Projeto Tamar - O Projeto Tamar é uma soma de esforços entre a Fundação Pró-Tamar e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, seu trabalho socioambiental, desenvolvido com as comunidades costeiras, serve de modelo para outros países. O Projeto Tamar tem o patrocínio oficial da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, o apoio do Bradesco Capitalização, e nos nove estados brasileiros onde atua recebe diversos apoios locais.

Visite www.tamar.org.br

*Contatos das sedes regionais do Projeto Tamar:

BAHIA

Praia do Forte (sede nacional): (71) 3676-1045

SERGIPE

Reserva Biológica de Santa Isabel: (79) 3276-1201 / 1217

PERNAMBUCO

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha: (81) 3619-1269 / 1174 /1381

RIO GRANDE DO NORTE

Pipa: (84) 4103-1967

CEARÁ

Almofala: (88) 3667-2020

ESPÍRITO SANTO

(27) 3222-1417

RIO DE JANEIRO

Bacia de Campos: (22) 2747-5277

SÃO PAULO

Ubatuba: (12) 3832-6202 / 7014 / 4046

SANTA CATARINA

Florianópolis: (48) 3236-2015

Tartaruga Tartaruga-cabeçuda ou Tartaruga-mestiça

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