06/07/2017 - A espécie de tartaruga marinha mais ameaçada de extinção. Leia mais. ↓
Uma pesquisa que durante duas temporadas reprodutivas monitoradas pelo Projeto TAMAR, de 2015 a 2017, marcou 21 fêmeas de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e acompanhou os ovos até o nascimento dos filhotes inicia a etapa de análise de dados. Termômetros instalados nos ninhos serviram para saber a temperatura durante a incubação, amostras de tecido e ovo coletadas terão análises de isótopos estáveis. As informações reunidas na tese de doutorado da bióloga Liliana Colman, com previsão de defesa no fim de 2018, vão contribuir para elucidar questões sobre ecologia alimentar e migrações das tartarugas de couro, a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada de extinção.
O Projeto TAMAR no Espírito Santo protege as praias de desova de tartarugas marinhas, desde 1982. As análises em andamento e resultados preliminares da pesquisa indicam que o monitoramento sistemático realizado no estado a partir de 1988 mostra resultados positivos para a recuperação dessa espécie. Nos últimos 30 anos, mais de 130 fêmeas foram marcadas e 57.000 filhotes de tartaruga-de-couro foram protegidos pelo TAMAR. “Mesmo com tanto esforço, devido ao pequeno tamanho populacional e distribuição geográfica restrita das desovas da espécie, juntamente com a emergência de novas ameaças – desenvolvimento costeiro, interação com pescarias, mudanças climáticas e poluição marinha – a população de tartarugas de couro que desova no Brasil continua em perigo de extinção”, diz a Liliana.
O estudo conta com a parceria do TAMAR no Espírito Santo e pesquisadores do Marine Turtle Research Group (MTRG), na University of Exeter no Reino Unido, com financiamento do Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal.
A próxima etapa da pesquisa, a partir de outubro de 2017, em parceria com o Programa GEFMar do Ministerio do Meio Ambiente, vai estudar o deslocamento das tartarugas de couro através de monitoramento por satélite. Quatro fêmeas serão monitoradas para observação do uso de habitat durante o período reprodutivo, e para conhecer as rotas migratórias desde quando elas deixam as praias de desova, identificando áreas de maior susceptibilidade a ameaças como as interações com pescarias, maior perigo da atualidade à sobrevivência das tartarugas, além do desenvolvimento costeiro.
O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Equipe de Pesquisa discute prioridades de ações da Fundação Projeto Tamar
Projeto TAMAR: Manejo Adaptativo na Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil
No mês das crianças, que tal se aproximar das tartarugas marinhas?
Celebração da Oceanografia: Homenagem e Inovação em Prol da Conservação Marinha