06/07/2017 - Linhas cuidadosamente posicionadas com firmeza e delicadeza revelam a arte da conservação marinha. Leia mais. ↓
O grupo de mulheres da vila de Povoação, no Espírito Santo, à margem da foz do Rio Doce, recebe o apoio do TAMAR e do SEBRAE-ES, através do programa Brasil Original, para organizar aquilo que sabem fazer com primor: representar com arte as belezas e riquezas naturais da região. Os bordados chamam a atenção desde 1998, quando o TAMAR começou a fomentar a união dessas mulheres para a criação de produtos exclusivos feitos por elas. O trabalho começou, mas parou por diversas razões, e em 2015, retornou com toda a força.
Os bordados já começaram a se espalhar pelo país. Podem ser vistos na exposição A Casa Bordada - A CASA museu do objeto brasileiro, em São Paulo. São 60 participantes – entre grupos, cooperativas, associações e artesãos individuais –, autores das mais de 200 peças expostas. É um levantamento inédito do bordado brasileiro, técnica trazida por colonizadores e imigrantes, que adquiriu feições, usos e costumes nacionais, ao mesmo tempo semelhantes e distintos entre si.
Em setembro, elas vão expor o resultado de muita dedicação na Feira de Artesanato SEBRAE BRASIL ORIGINAL, que vai acontecer em Vitória/ES. Junto ao evento, será lançado um catálogo do artesanato no Espírito Santo.
A próxima linha que estará em todas as lojas TAMAR a partir de setembro terá inicialmente duas peças femininas com a arte das bordadeiras. “A expectativa desta produção é grande! São lindas peças de vestuário e acessórios, nas mais divertidas e interessantes formas e cores de tartarugas marinhas”, vibra a Clarice Burtet, a querida Tuta, supervisora de produção das confecções TAMAR. Para Tuta, a oportunidade de participarem destes eventos é fundamental para consolidação do grupo. “Dá energia e promove o engajamento. Abre possibilidades para novos negócios e o fortalecimento econômico daquelas que se dedicam ao bordado e à conservação das tartarugas”, conta.
Panos para o futuro - Uma oficina de gestão virá a seguir, prevista para acontecer em julho, no momento em que o grupo ganha o mercado. O processo de produzir, de comercializar e de controlar precisa ser entendido e devidamente incorporado nas rotinas de trabalho, a transparência e clareza dos controles garantirá a credibilidade e a união do grupo, e o entendimento e gerenciamento de toda a cadeia de produção vai assegurar renda para as artesãs, condições de fornecimento regular para os clientes e busca de novos mercados. Ainda vai ter muito pano para bordar o futuro dessas mulheres e da conservação marinha através dessa riquíssima arte brasileira.
Saiba mais sobre a importância das bordaderias de Povoação para o trabalho de conservação das tartarugas marinhas.
O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Equipe de Pesquisa discute prioridades de ações da Fundação Projeto Tamar
Projeto TAMAR: Manejo Adaptativo na Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil
No mês das crianças, que tal se aproximar das tartarugas marinhas?
Celebração da Oceanografia: Homenagem e Inovação em Prol da Conservação Marinha